
Sabe, quem tem o privilégio de conversar com a autora deste livro, que, não sendo da aldeia, o Freixial está no seu coração e como se delicia a contar as muitas histórias que, por aqui, teve a oportunidade de participar.
A idade vai avançando, mas a vontade de viver, até quando Deus determinar, é visível, julgo que por isso pode ler-se Fernando Pessoa, antes de ficarmos retidos na sua escrita:
"Não importa se a estação do ano muda… Se o século vira, se o milénio é outro. Se a idade aumenta… Conserve a vontade de viver. Não se chega a parte alguma sem ela."
A publicação desta antologia aconteceu graças à organização do Agrupamento de Escolas de São João da Talha, Biblioteca Escolar - Escola Secundária de São João da Talha.
Na contracapa deste livro podemos ler:
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Nascida a 17 de setembro de 1921, na Guarda, Georgette Arantes, para alguns a avó Georgette, era uma das seis meninas daquele casal beirão. Lisboa acolheu a família corria então o ano de 1936.
A sua primeira incursão na escrita está ligada a uma história triste, palavras de saudade e homenagem a uma amiga, a Deolinda, que partiu ainda adolescente. Unia-as a amizade e o facto de serem madrinhas das bonecas de cartão uma da outra.
Aos 32 anos iniciou uma nova etapa na longa jornada que tem sido a sua existência e por mais de cinquenta anos partilhou momentos de intensa felicidade com o grande amor da sua vida. Não tiveram filhos mas o seu instinto maternal encontrou abrigo no tempo que dedicou aos jovens com quem se cruzou e, em particular, no carinho com que aconchegou a vida da sua sobrinha Sara.
Recentemente viu-se privada do seu companheiro de estrada. No entanto, o vazio por ele deixado é suavizado diariamente pela certeza de um encontro anunciado, num espaço radioso, longe de invejas e da tribulação do dia-a-dia.
Aos 94 anos, a avó Georgette continua a ser um exemplo para os mais novos e a inspirar aqueles que, como eu, tiveram o privilégio de a conhecer.
texto de:
Maria Isabel Marques da Silva
Março de 2016"